quinta-feira, 2 de maio de 2013

OPINIÃO: FUTURO DIRIGENTES

Caríssimos,
Agradeço a publicação do artigo de opinião que se segue.

Atenciosamente,

Ely Araújo

FUTURO DIRIGENTES

O estado deve ser governado não pelo mais rico, pelo mais ambicioso, forte ou astuto, e sim, pelo mais bem preparado politicamente. Um dos problemas mais cruciais na questão política, é que todos os homens se acham extremamente capazes de exercer, com a devida competência, a prática dessa ciência, ou seja, todos se sentem aptos a fazer política, sem entender que se trata de uma arte especial e destinada a poucos.
O político deve possuir qualidades especiais, habilidades seguras e conhecimentos essenciais. O político deve encontrar o equilíbrio entre os fortes e poderosos e os mais fracos e indefesos. E essa tarefa, decididamente, não é para qualquer um.

Quem, entretanto, pode ser este dirigente político? Quem pode estar conscientemente habilitado para o exercício desta arte?
De início são eliminados os analfabetos, fazendo, em seguida, algumas limitações à grande maioria dos homens considerados livres, os chamados cidadãos em geral, desqualificando-os para a arte de governar, já que estes estão mais aptos para a agricultura, o comércio e a prestação de serviços.
É justamente entre os sectores mais intelectualizados da cidade que devemos procurar os mais capazes para o exercício do poder, da arte de governar e fazer política.
A arte de saber governar os homens compete a poucos, compete àqueles que detêm o saber.

Saber conduzir os homens, carece de habilidade; saber gerir a administração, saber construir princípios comuns, são qualidades inerentes a um governante competente e justo.

Se alguém resiste a esses princípios que são superiores aos próprios regimes ou formas de governos, é porque, parte da sociedade se recusa a aceitar a sabedoria como fundamental para se governar. Muitos preferem a força, a esperteza e outras habilidades, que a virtude da ciência.
Mas, enfim, como encontrar esta pessoa, capaz de se tornar um governante justo e amado pelos súbditos.
Homens verdadeiramente sábios não abundam como ervas daninha nas searas do mundo. Encontrá-los, portanto, é procurar agulha em palheiro. Nessa busca, então, é necessário separar o joio do trigo, as impurezas dos metais preciosos, para se chegar ao governante pensante capaz de distribuir justiça com naturalidade.

Por isso devemos identificar no verdadeiro governante algumas qualidades capazes de torná-lo um governante competente e, a primeira delas, é justamente ter a capacidade de afastar de si tudo o que for estranho e não condizer com a virtude da ciência política.

Em seguida, o governante deve discutir com maestria, a estratégia das forcas armadas e deve conhecer com profundidade a magistratura para praticar a justiça, além de dominar a retórica para saber transmitir a seus súbditos os discursos mais eloquentes e mais elucidativos.  

Assim, a estratégia, a magistratura e a oratória, são inerentes à ciência política. A arte jurídica subordina-se às leis e o discurso deve obedecer a regra de sua adequação ao momento, já que este não pode ser proferido ao acaso ou a bel-prazer.

Como nocivo podemos deduzir claramente: devemos tratar dos maus elementos, ou seja, dos que não se enquadram dentro do estabelecido como ordem para o bem comum, ou que se confrontam com o conceito de justiça comummente seguido por todos. Esses elementos devem ser punidos e entregues a justiça.

É que quando os maus elementos são afastados, os falsos pretendentes a governação são preteridos e o governante, é escolhido por depuração, inicia-se então, o maior desafio do governante, que é harmonizar os opostos, tarefa nada fácil, mesmo para um homem bastante sapiente.

A ciência política tem como tarefa unir, combatendo a separação, cultivar a prudência e a moderação contra a exacerbação, e manter o enérgico contra duvidoso, colocando cada grupo no exercício da sua função e harmonizando todo o corpo da sociedade.

Ely Araújo
Email: araujoely1@hotmail.com